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04/09/2015

Suflê – Como Fazê?

Caçarolla171
Hoje abri minha geladeira e me deparei com um monte de restinhos fadados ao lixo. Eram Eles:

Chuchu com ovos pochê da Dna.Alice, abóbora madura refogadinha, arroz com lentilhas e creme de milho verde, pedacinhos dos seguintes queijos: provolone, muçarela de búfala, muçarela normal e parmesão e também tinha meia pack de creme de leite e uma xícara de leite integral. Cada restinho tinha pouco mais que uma xícara de chá, sendo que os queijos não passavam de 2 xícaras todos juntos. Ainda tinha 3 ovos grandes.

E agora? O que fazer? Esquentar e servir com arroz e feijão? Não.

Vivo repetindo aqui que os grandes pratos da culinária aconteceram pela necessidade e por acaso de quem era simples, pobre e precisava aproveitar o que tinha a mão. Os exemplos e histórias são inúmeros e o suflê faz parte disso.

E vemos programas tipo Masterchef dando como desafio os participantes fazerem um suflê, o que nos dá a impressão de algo muito, mas muito, difícil e específico.

Tá. Depois que o pobre francês juntou seus restos, fez uma gororoba tipo angu duro, juntou os pedacinhos velhos de queijos que tinha, mais um pouco de creme de leite ou mesmo leite, uma farinha de trigo prá gororobar bemmm,  e mais as gemas de ovos, que depois bateu as claras em neve e misturou, levando ao forno colado na lareira que servia para esquentar a casa e cozinhar seu “pot au feu” (cozido de carne dura e legumes que leva horas para ficar pronto, ideal para quem sai cedão pra lida e volta com fome, melhor do que delivery), muita coisa aconteceu.

Vieram os mestres da cozinha e sofisticaram essa coisa, vendendo caro o prato e a receita.

Mas no fundo no fundo é mesmo uma forma de aproveitar restos franceses.

Os franceses são ótimos em valorizar tudo o que são e têm e eu admiro demais isso.  Quisera nós brasileiros termos essa capacidade. Nossa!! Francês nenhum seria tão chic!

Mas voltando aos meus restos, resolvi fazer um suflê.

Peguei uma panela larga e funda  e despejei todos os restos de legumes e o arroz com lentilhas e passei o mixer. Podia ter usado o liquidificador, mas o mixer é mais rápido e simples.

Liguei o fogo e deixei esquentar.

Enquanto isso, ralei todos os restos de queijo na parte grossa do ralador e reservei.

Peguei meia xícara de leite e uma colher de sopa de farinha de trigo e misturei bemmm!

Quando a mistura no fogo começou a ferver, juntei o leite com a farinha e mexi bem, até levantar fervura de novo. Abaixei o fogo e acrescentei o resto de creme de leite. Mexi e apaguei o fogo.

Comecei a bater as claras em neve.

Depois de uns 5 minutos, acrescentei ao creme os queijos e mexi, para eles derreterem e misturar bemmm.

Como tudo que juntei já tinha sido salgado, temperado e cozido, provei apenas para acertar o sal e não foi preciso.

Dei mais uns 5 minutos (e enquanto isso, batia as claras) para o creme ficar morno e, depois, juntei as gemas, mexendo bem de novo para elas agregarem bem ao creme.

Com as claras em neve, adicionei metade ao creme e mexi de baixo para cima, delicadamente, até incorporar tudo.

Juntei a outra metade e fiz o mesmo processo ainda mais delicadamente.

Liguei o forno em 180/200ºC e fui preparar os ramequins e uma forma maior, pois o negócio rendeu viu?

Peguei  6 ramequins e uma forma redonda inox, besuntei com manteiga e enfarinhei.

Adicionei o creme em cada recipiente, deixando uns dois dedos abaixo da borda.

Levei ao forno pré-aquecido por uns 20 minutos e ... Voilá! Essa lindeza aí das fotos!

Se você quiser fazer de cenouras, chuchu, brócolis, espinafre, apenas tem que cozinhar os legumes para obter cerca de 4/5 xícaras de chá e ter, pelo menos, 1 ½ xícara de queijos. Lembre-se: o creme tem que ficar com consistência de angú duro, uma gororoba mesmo.
Já o famoso suflê de queijo é motivo para outra receita, pois tem pulos de gato diferentes.

Comemos: eu, minha mãe, fiz uma marmita para minha filhote vegetariana e ainda sobrou pro lanche.

E se ainda sobrar, vai virar sopa creme de legumes e queijos. Vou somente passar o mixer de novo e acrescentar água ou leite.

Desse jeito respeitei: A história, as pessoas que trabalham duro para trazer todos esses alimentos à minha mesa, o meu dinheirinho suado, o meu tempo precioso e o meio ambiente.

E tudo gostosinho e diferente!

Ah! As técnicas dos grandes mestres? Nossa! São mesmo complicadas. Tem que fazer um bechamel, tem que cozinhar legumes específicos e passar no passador de legumes francês, tem que ter “herbes de Provence”, tem que ter queijos específicos e a temperatura pode variar entre 178,9ºC e 198,7ºC. Tão chic, tão específico, tão técnico para chegar no mesmo lugar: A necessidade e a simplicidade!


Vive la France!

Depois que esfria ele murcha, mas no momento da foto estavam quentinhos!

Como o forno não é industrial, alguns saíram mais moreninhos outros somente douradinhos. Um charme!

Bem de pertinhoooo!

e ainda deu esse grandão aí!

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